sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Artigos Científicos

Luz do computador pode causar mancha na pele, diz pesquisa


CLÁUDIA COLLUCCI da Folha de S.Paulo

A luz do computador ou de lâmpadas fluorescentes pode manchar a pele. Chamada luz visível, esse tipo de radiação, que também é emitida pelo Sol, causa alterações no DNA da pele, assim como os raios ultravioleta (UVA e UVB).

A conclusão é de uma revisão de estudos publicada na revista "Photochemistry and Photobiology". O assunto foi tema do último simpósio da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Embora a exposição à luz visível de ambientes fechados seja muito menos prejudicial do que se expor à luz solar -oito horas de luz artificial equivalem a 1 minuto e 20 segundos de exposição solar em um dia claro de verão-, os especialistas afirmam que pessoas que estão sob tratamentos de pele (como peeling e laser) ou que têm doenças desencadeadas pelo sol (como o lúpus) devem se proteger contra a luz visível.

A maioria dos protetores solares no mercado protege apenas contra os raios ultravioleta. A luz visível só pode ser bloqueada com filtros solares físicos (bases, por exemplo).
"As pessoas costumam se preocupar com os raios UVA e UVB, mas ninguém se preocupa com a luz visível. Esses novos trabalhos explicam a razão pela qual muitas pessoas apresentam melasmas [manchas acastanhadas na pele] mesmo usando protetor solar", afirma o dermatologista Sérgio Schalka, membro da diretoria da regional paulista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Segundo Schalka, a luz visível é capaz de produzir radicais livres, que provocam alterações nas células, principalmente, nos melanócitos (células da pigmentação) e nos fibroblastos (produtores de colágeno).

Dados internacionais mostram que 67% da produção de radicais livres gerados pelo sol vem do UVA e 33% da luz visível. "A radiação UVA e a luz visível são agentes "enferrujadores" da pele, levando ao envelhecimento e a manchas a longo prazo", diz Schalka.
Na opinião da dermatologista Marcella Delcourt, o único tipo de produto que bloqueia o efeito da luz visível na pele são os filtros físicos, que refletem e dispersam a energia da luz, construindo uma barreira física às radiações solares.

"Pode ser uma base ou aquele filtro mais grossinho [que deixa branco], que tem partículas de zinco e funciona como um filme protetor que impede que a radiação ultrapasse a pele."
Para o dermatologista Marcus Maia, professor da Santa Casa de São Paulo, a luz visível é um fator de preocupação apenas para pessoas portadoras de doenças que podem ser desencadeadas pela exposição solar, como o lúpus eritematoso (doença inflamatória autoimune) e a urticária solar. Não há evidência de nenhuma relação com surgimento de câncer.
"Não há razão para pânico. A luz visível não oferece perigo. Nossa preocupação continua sendo a radiação ultravioleta e o fato de a maioria das pessoas não conseguirem se proteger corretamente, usando o filtro solar de maneira adequada."
Proteção
Segundo o dermatologista Sérgio Schalka, que defendeu uma dissertação de mestrado na USP sobre proteção solar, o ideal seria que as pessoas usassem 2 mg/cm² de protetor, ou 35 a 40 gramas (uma xícara de café) no corpo todo.
Mas, na prática, a quantidade aplicada no corpo varia entre 0,39 mg/cm² e 1,3 mg/cm² -uma colher de sopa.

"De uma forma genérica podemos dizer que, se temos no rótulo um FPS de 30, a partir de uma aplicação de 2 mg/cm², nas condições reais, com uma quantidade menor, temos um FPS de 12 a 15."
Schalka diz que dificilmente as pessoas usam os 2 mg/cm² recomendados, seja em razão do custo seja pela sensação de pele "lambuzada". "O ideal é que se use pelo menos de 1 a 1,5 mg/cm². O que não podemos aceitar é uma quantidade inferior a essa. Precisamos assumir que, por não passar os 2 mg, não teremos aquele FPS apresentado no rótulo, mas, talvez, algo como a metade dele."

Rosto sem oleosidade e livre da acne

Por Kátia Neves

Clean Solution é uma linha prática que oferece produtos que atendem desde as necessidades básicas de limpeza de pele até cuidados específicos, como o combate à acne, que exige itens complementares e de finalização. Todos os produtos são formulados com ativos que interagem passo-a-passo, resultando em um efeito potencializado e eficaz na limpeza de qualquer tipo de pele. A linha contém Beta Glucan, um agente que ativa o sistema imunológico da pele. Seu efeito regenerador estimula as defesas naturais da pele, recuperando sua vitalidade. Já os Extratos de Aloe vera, Camomila e Chá Verde hidratam e atuam como cicatrizantes. Os protocolos de limpeza desta linha profissional se dividem em dois grupos: para peles sadias e para peles acnéicas; recomendando-se para a última a remoção de comedões, desobstruindo os poros e prevenindo a evolução para um quadro acnéico mais avançado. Além de combater cravos e espinhas, Clean Solution também hidrata e previne a pele contra a ação de radicais livres, deixando-a com uma cor mais clara e homogênea e uma textura mais fina, macia e revitalizada.

RECOMENDAÇÃO IMPORTANTE


Após a limpeza, a cliente deve esperar até 48 horas
para se expor ao sol e, após esse período, deve usar fator
de proteção solar 15, pois a pele está sensível demais.

PROTOCOLO DE LIMPEZA PARA TODOS
OS TIPOS DE PELE


1. Higienizar com Clean Solution Gel de Limpeza Purificante, que remove a oleosidade, resíduos de poluição e maquiagem. Possui ação anti-séptica e anti-radicais livres. Remover com lenço de papel.
2. Tonificar com Clean Solution Loção Tônica Adstringente, que possui ação anti-séptica, equilibra o pH, reduz a oleosidade e tonifica.
3. Aplicar o Clean Solution Peeling de Hortelã Iluminador sobre a pele úmida, massageando com movimentos circulares, suavemente. Remover primeiro com gaze seca e, a seguir, complementar com água.
4. Aplicar compressas de algodão embebidas em Clean Solution Solução de Trietanolamina, que tem ação emoliente, facilitando a extração de comedões.
5. Proceder às extrações.
6. Aplicar, em toda a face, a Clean Solution Loção Tônica Adstringente.
7. Aplicar aparelho de alta freqüência por dois minutos (opcional).
8. Aplicar a Clean Solution Máscara de Beta Glucan Suavizante, que tem alto poder calmante, descongestionante e cicatrizante. Recupera a textura da pele, atenua a vermelhidão e reduz edemas pós-procedimentos estéticos. Retirar após 20 minutos.
9. Finalizar com Filtro Solar Adcos (spray, gel/creme ou pó facial). Recomende também à cliente produtos das linhas Home Care, conforme cada caso, para potencializar os resultados obtidos em clínica e estender os cuidados em casa.

PEELING PÓS-LIMPEZA DE PELE ACNÉICA


1 a 10. Seguir os passos 1 a 10 do protocolo de tratamento da Linha Clean Solution para peeling pré-procedimentos estéticos e, em seguida:
11. Aplicar a Loção Secativa FPS15 para finalização do tratamento estético.
Importante:
• A aplicação do peeling é indicada nos tratamentos de acne, antisinais e em todo procedimento em que seja necessária a renovação celular e o afinamento da pele.
• Após a aplicação do peeling, o profissional deverá utilizar linhas específicas de tratamento, de acordo com a necessidade do cliente. Recomende também à cliente produtos das linhas Home Care, conforme cada caso, para potencializar os resultados obtidos em clínica e estender os cuidados em casa.

ATIVOS COSMÉTICOS


• Ácido bórico: ação anti-séptica.
• Ácido lático: estimulante da renovação celular.
• Ácido lactobiônico: poli-hidroxiácido de ação anti-radicais livres, esfoliante, cicatrizante e hidratante.
• Ácido mandélico: alfa-hidróxiácido com ação esfoliante, iluminadora da pele, despigmentante e antiinflamatória.
• Ácido salicílico: beta-hidroxiácido de ação antiinflamatória e queratolítica, promove esfoliação suave e eficiente pelo estímulo à renovação celular.
• Alantoína: cicatrizante.
• Beta glucan: agente imunoestimulante, ativa o sistema imunológico da pele, e sendo descongestionante favorece a recuperação pós-procedimentos.
• Cânfora: anti-séptico.
• Cristais de óxido de alumínio: micropartículas cristalinas que promovem esfoliação física por meio do atrito, removendo as células mortas. É utilizado em procedimentos de microdermoabrasão.
• Enxofre: ação anti-séptica, anti-seborréica e queratolítica.
• Extrato de aloe vera: hidratante e cicatrizante.
• Extrato de camomila: calmante e antiinflamatório.
• Extrato de chá verde: rico em polifenóis, fitoquímicos antioxidantes.
• Extrato de hamamelis: rico em taninos, fitoquímicos de ação adstringente
que reduz a oleosidade da pele.
• Extrato de trietanolamina
• Extratos de hortelã e guaraná: refrescantes e estimulantes.
• Gluconolactona: poli-hidroxiácido com ação hidratante e esfoliante suave.
• Irgasan/Triclosan: antimicrobiano.
• Mentol: refresca a pele.
• Microesferas de polietileno: micropartículas esféricas que promovem a esfoliação física por meio do atrito, removendo as células mortas.
• Óleo essencial de menta: aromatizante natural, ação estimulante, refrescante.
• Óxido de alumínio: potente esfoliante físico que remove células
mortas.
• Resorcina: estimula a renovação celular, esfoliante, anti-seborréica e anti-séptica.
• Zinco: ação bacteriostática, antifúngica e anti-seborréica.

PROTOCOLO DE LIMPEZA PARA
TRATAMENTO ANTI-ACNE GRAUS I E II


1 a 8. Realizar a seqüência do protocolo de limpeza para todos os tipos de pele com a linha Clean Solution.
9. Finalizar com a Clean Solution Loção Secativa FPS 15, para promover cicatrização e controle da oleosidade. Este produto tonaliza levemente a pele, amenizando o aspecto avermelhado. Recomende também à cliente produtos das linhas Home Care, conforme cada caso, para potencializar os resultados obtidos em clínica e estender os cuidados em casa.


PROTOCOLO DE LIMPEZA COM PEELING
PRÉ-PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS


1 a 8. Efetuar a seqüência do protocolo de limpeza para todos os tipos de pele com a linha Clean Solution. Em seguida:
9. Pré-esfoliação: aplicar a Clean Solution Solução Pré-Peeling Desengordurante para retirar a oleosidade e acidificar o pH da pele.
10. Esfoliação química: aplicar o Clean Solution Peeling Mandélico Renovador para promover a renovação celular, minimizando a obstrução dos poros. Aplicar com pincel e deixar agir por 15 a 20 minutos. Remover com água. Recomende também à cliente produtos das linhas Home Care, conforme cada caso, para potencializar os resultados obtidos em clínica e estender os cuidados em casa.

VENENO DE SERPENTE EM COSMÉTICOS


Parece exótico, não? Mas esta é a grande novidade em produtos cosméticos e o que é melhor, não é só mais um modismo, é um ativo de alta tecnologia obtido e fundamentado na biologia molecular que age prevenindo e atenuando as rugas de expressão. Veja como isso foi possível: As rugas são o sinal mais visível do envelhecimento. A perda de elasticidade da pele faz com que na maturidade todas as emoções que vivemos estejam estampadas no rosto, isto porque para demonstrarmos nossos sentimentos promovemos vários movimentos da musculatura da face que geram as expressões, vincando a pele. Com a redução da elasticidade os vincos vão se estabelecendo e as rugas são formadas.

O envelhecimento é um evento biológico inevitável, geneticamente programado e que sofre profundas influências de fatores extrínsecos, cujos principais são:
• a ação do sol que gera radicais livres e fragiliza o tecido reduzindo sua densidade e firmeza;
• os movimentos faciais que vincam a pele em sentido perpendicular aos feixes musculares.


Várias linhas de raciocínio vêm sendo empregadas nos meios científicos buscando na biologia molecular os mecanismos para promover a atenuação dos efeitos do tempo sobre a pele. Dentre os ativos mais recentemente lançados à disposição dos cosmetólogos destacamos os peptídeos, moléculas altamente funcionais que agem como mensageiros biológicos e promovem ações em vários alvos na pele. Os principais alvos na pele são os fibroblastos. Existem peptídeos que agem
estimulando fibroblastos a recuperarem a sua capacidade de síntese incrementando a densidade da derme pela reorganização da matriz extracelular.

Outro mecanismo abordado no tratamento e prevenção das rugas são os peptídeos dermodescontráteis, que agem reduzindo a incidência de rugas de expressão. O primeiro peptídeo de ação dermodescontrátil empregado em produtos tópicos foi o Acetil Hexapeptídeo, conhecido como Argireline®, cujo mecanismo de ação se assemelha ao da toxina botulínica agindo nos neurônios na porção pré-sinaptica da junção neuro-muscular. O Acetil hexapeptídeo impede a fusão das vesículas que contém a acetilcolina (mediador químico, produzido e liberado pelos neurônios responsável pelo estímulo à contração muscular), como se fosse um quebracabeças, a molécula se encaixa no local de ancoragem da vesícula, impedindo sua fusão com a membrana e conseqüente liberação da acetilcolina, reduzindo a força e freqüência da contração da musculatura facial. (Fig 2)

As pesquisas continuaram e outros peptídeos com o mesmo mecanismo de ação de inibição à liberação de acetilcolina na membrana pré-sinaptica surgiram como o octa e o penta peptídeos, e os estudos comprovaram que sua associação incrementa a atividade e os resultados. Outros receptores biológicos foram alvos de pesquisas na busca de novos mecanismos que tivessem ação sinérgica aos até então comprovados. Baseados nos efeitos de paralisia muscular provocada pelo veneno da serpente Temple viper ou víbora do templo, Tropidolaemus wagleri (Fig 3), os pesquisadores isolaram, e estudaram os efeitos da molécula waglerina 1 que é a porção do veneno responsável por este efeito que paralisa e mata por asfixia a presa. Este estudo possibilitou a síntese laboratorial de um tripeptídeo, uma réplica da molécula natural, que age de forma eficaz e segura na porção pós-sináptica da junção neuro-muscular.


Modelo da molécula do Syn-ake® Esta descoberta trouxe um grande avanço, pois a associação destes dois mecanismos de ação em um único alvo – a junção neuro-muscular, tem um efeito
sinérgico na redução da formação das rugas de expressão, pela redução da força e freqüência das contrações musculares faciais.

Como o evento biológico e o envelhecimento iniciam-se desde o nascimento e afetam todas as células do organismo que estão em constante processo de diferenciação, maturação e morte, sendo substituídas por novas linhagens, a capacidade de recuperação e até regeneração dos tecidos vai decaindo com o tempo. Manter a homeostasia, hidratação adequada e um eficiente sistema de proteção contra os radicais livres são as estratégias básicas de combate ao
envelhecimento.
Como o evento biológico e o envelhecimento iniciam-se desde o nascimento e afetam todas as células do organismo que estão em constante processo de diferenciação, maturação e morte, sendo substituídas por novas linhagens, a capacidade de recuperação e até regeneração dos tecidos vai decaindo com o tempo. Manter a homeostasia, hidratação adequada e um eficiente sistema de proteção contra os radicais livres são as estratégias básicas de combate ao envelhecimento.
A linha Gradual complex traz uma associação sinérgica de todos os peptídeos dermodescontráteis, fatores de crescimento de ação cito estimulante, açúcares funcionais que recuperam a homeostasia da pele e peptídeos preenchedores, tratando de forma global o envelhecimento e prevenindo e retardando a necessidade de uma intervenção invasiva.


COLOCAR PROTOCOLO

1) Leite de Limpeza
Aplicar na face, pescoço e colo. Nos lábios e olhos, aplicar o Gel Demaquilante.
2) Tônico Equilibrante
Aplicar com auxílio de algodão. Secar.
3) Peeling Salicílico
Aplicar na face, pescoço e colo, primeiramente pelo contorno e para finalizar,
aplicar no centro da face. Deixar agir por 10 minutos. Remover com água em
abundância.
4) Solução Neutralizante
Aplicar por toda a região e espalhar.
5) Concentrado Ionizável de Proteoglicanas + Vitamina C
Aplicar com microcorrente por 10 minutos.
6) Concentrado Ionizável de Peptídeos + Complexo Ativador GF
Aplicar com ionização em áreas com rugas por 2,5 minutos em cada polaridade
por hemiface.
7) Creme de Massagem Facial
Aplicar e proceder a técnica de massagem escolhida pelo profissional.
8) Máscara de Oligominerais e Aminoácidos
Aplicar em toda a face, deixando agir por 20 minutos. Remover com água. Secar.
9) Filtro Solar Loção Spray FPS 21 Oil free
Finalizar.
Resultados do protocolo: após 10 seções.

Referências bibliográficas:
• Ryu-Ichiro Hata and Haruki Sendoo, L-Ascorbic acid 2-phosphate stimulates
collagen accumulation, cell proliferation and formation of a three-dimensional
tissuelike substance by skin fibroblasts, Journal of Cellular Physiology, 138
(1989) 8-6.
• N.Boyera, I. Galey et al., Effect of Vitamin C and its derivatives on collagen
synthesis and cross-linking by normal human fibroblasts, International Journal
of Cosmetic Science 20 (1998) 151-158.
• Food Hydrocolloids 1989; 3 (2): 149-156. (ref. 4770)


Reid JS et al. Mechanism and regulation of galactomannan biosynthesis in
developing leguminous seeds. Biochemical Society Transactions.
1992;20(1):23-26.
• McCleary BV et al. The fine structures of carob and guar galactomannans.
Carbohydrate Research. 1985; 139: 237-260.
• Williams PA, Hickey M. Fluid gels based on natural polymers for cosmetic
applications. Cosmetics & Toiletries. 2003; 118(8):51-59 (ref. 6290)
• La Hidratación y la Piel. Revista La Piel 1999; 3.16. Bland EJ et al.The
influence of small oligosaccharides on the immune system. Carbohydrate
Research 2004; 339: 1673-1678.(ref. 7240)
• Péterszegi G et al. Studies on skin aging. Preparation and properties of
fucose-rich oligo- and polysaccharides. Effect on fibroblast proliferation and
survival. Biomedicine & Pharmacotherapy 2003; 57: 187-194.
• Fodil-Bourahla et al. Effects of L-fucose and fucose-rich oligo and
polysaccharides (FROP-s) on skin aging: penetration, skin tissue production
and fibrillogenesis. Biomedicine & Pharmacotherapy 2003; 57: 219-215.


EFEITO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO NA CICATRIZAÇÃO DE
PÓS OPERATÓRIO: uma revisão




Aparecida Maria Ribeiro¹ - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Leila Raquel Alves² - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Deise Cristina Büst³ - Orientadora – Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI - Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Marli Machado4 – Co-orientadora – Bibliotecária; Mestranda em Ciência da Informação da UFSC; e Professora da UNIVALI – Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos:
¹cida_estetica@yahoo.com.br
²leilar98@hotmail.com
3deisebust@hotmail.com
4marlimachado@univali.br

RESUMO: A preocupação com a aparência estética induz as pessoas a buscarem tratamentos que não alterem drasticamente sua imagem, corrigindo imperfeições, mantendo uma aparência mais jovem por mais tempo. O uso de equipamentos, como o ultrassom terapêutico contribui na melhora da qualidade e na velocidade do reparo cicatricial, no pós operatório, evitando complicações e obtendo resultados estéticos mais satisfatórios. Isto quando utilizado durante os quinze primeiros dias após o trauma. Este estudo tem como objetivo analisar através da revisão bibliográfica, os mecanismos e efeitos do ultrassom terapêutico de 3 MHZ, pesquisando dentre artigos, livros e sites o pensamento de diversos autores e a sua contribuição no processo cicatricial, verificando a angiogênese, os mediadores da inflamação, a migração de leucócitos, a síntese de colágeno, analisando sua influência na formação do processo cicatricial, tanto em sua velocidade quanto em sua qualidade, promovendo diminuição da ferida e logo o seu fechamento. Experimentos demonstram que o ultrassom no modo pulsado, é mais eficaz e indicado para a promoção dos efeitos terapêuticos do que no modo contínuo, onde doses elevadas podem ser lesivas aos tecidos. Em relação as suas propriedades terapêuticas, análises mostram aumento da neovascularização da área estimulada, bem como um aumento da síntese protéica, da tensão elástica do colágeno e diminuição do exsudato inflamatório, acelerando o processo cicatricial. As aplicações devem ser de baixas intensidades, até 1,0 W/cm², numa frequência de 3 MHZ, onde foram constatadas uma maior eficiência sobre os tecidos cutâneos lesionados, favorecendo dessa forma a velocidade e a qualidade da cicatrização.


Palavras-chave: Ultrassom. Cicatrização. Pós operatório.


1 INTRODUÇÃO


Nos últimos anos, a busca pelo “corpo perfeito” tem crescido amplamente e acompanhado desta, vem à procura pela cirurgia plástica, o que acarreta uma larga divulgação e importante aprimoramento de suas técnicas. Porém, sua eficiência não depende somente do seu planejamento, por isso a preocupação com cuidados pré e pós operatório tem se mostrado muito importante na prevenção de complicações e promoção de um resultado estético mais satisfatório (MEYER, 2003).
Reconhecendo a importância de que se complicassem e repercutissem em danos para o paciente, as tentativas de intervir no processo de cicatrização existem desde a antiguidade e até hoje muito se investe em pesquisa e desenvolvimento de recursos e tecnologias com o objetivo de favorecer esses processos e fenômenos envolvidos nas fases da reparação tissular. Embora haja controvérsia entre os diversos grupos de estudos, de uma forma geral todos buscam reunir as melhores evidências sobre as inúmeras tecnologias, materiais, recursos e procedimentos (MANDELBAUM, 2003).
Dentre estas opções terapêuticas destaca-se o ultrassom, que é uma modalidade de penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos (STARKEY, 2001), atuando nas diferentes etapas do processo cicatricial.
De acordo com Dyson (1987), o estímulo ultra-sônico é mais eficiente quando utilizado durante os 15 primeiros dias após o trauma, isto é, durante a fase inflamatória e começo da fase produtiva da cicatrização. O foco desta pesquisa pretende relacionar as propriedades terapêuticas do ultrassom no processo cicatricial.
Para Carneiro, Ramos-e-Silva (2004), o reparo tecidual é um processo dinâmico que envolve mediadores solúveis, elementos sanguíneos e matriz extracelular, consistindo em substituir o tecido lesado por um novo tecido conjuntivo. Este se caracteriza por abranger uma série de eventos que iniciam com a migração de algumas células para o local lesionado, a fim de remover o processo inflamatório (fase inflamatória). Seguido, então, da proliferação dos fibroblastos, síntese de colágeno, neogênese e produção de uma matriz temporária (fase produtiva), que vai ceder espaço a um tecido rico em colágeno, o qual sofre remodelação (fase reparativa) e dá origem à cicatriz. Quando há alteração em alguma destas etapas, a cicatriz pode apresentar problemas, tanto estéticos quanto funcionais (GARNIER-LYONNET et al, 1993).
Em decorrência da alta procura por cirurgias plásticas e, consequentemente, preocupação em se obter um pós operatório com cicatrização de boa qualidade, o tecnólogo em cosmetologia e estética, vem constantemente buscando através da utilização de recursos passíveis, como o ultrassom terapêutico, proporcionarem formas de acelerar e/ou melhorar as etapas do processo de reparação tecidual (MANDELBAUM, 2003).
Por isso, diante do exposto e considerando a dificuldade de evidências de estudos disponíveis, além das controvérsias encontradas na literatura em relação aos efeitos do ultrassom de 3 MHZ no processo cicatricial, justifica-se a realização desta pesquisa, visto a importância da contribuição para o desenvolvimento científico na área supracitada.
Frente ao contexto este trabalho tem como objetivo levantar na literatura a avaliação do efeito do ultrassom terapêutico de 3MHZ durante as etapas do processo de reparo tecidual. Para tanto foi necessário consultar bibliografias sobre a contribuição do ultrassom terapêutico no processo de angiogênese, mediadores da inflamação, migração de leucócitos, síntese de colágeno para a formação do processo cicatricial, que possibilitem avaliar a influência do ultrassom terapêutico na qualidade reparo tecidual e analisar a influência do ultrassom terapêutico na velocidade do fechamento e diminuição da ferida.
O uso do ultrassom terapêutico é comum na prática clínica dos profissionais da área de cosmetologia e estética, porém, é um recurso pouco conhecido em relação a sua atuação no processo cicatricial. Visto que os profissionais dessa área não dominam as possibilidades de dosimetria nas diferentes etapas da cicatrização e por isso esta pesquisa, pretende relacionar as propriedades terapêuticas do ultrassom com o processo cicatricial

2 METODOLOGIA


Este trabalho fez uso da pesquisa bibliográfica, realizada através de consultas a diversas fontes, como por exemplo, artigos científicos, livros, sites, entre outros, onde foi possível a recuperação de artigos sobre a influência do ultrassom terapêutico no pós operatório, cicatrização, fisiologia, estrutura e cicatriz inestéticas.
Gil (2002) descreve que pesquisas bibliográficas são feitas com base em material impresso, já elaborado por outros autores, constituído por livros e artigos científicos, bem como boa parte dos estudos exploratórios também podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, tendo como principal vantagem, permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderíamos pesquisar diretamente.
É caracterizada de acordo com a forma de abordagem do problema como descritiva e exploratória, com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema ou assunto, com vistas a torná-lo mais explicito ou constituir hipóteses. Tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias. É bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado e na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica (SELLTIZ, et al., 1967, p. 63).
Neste estudo em questão, foram lidos vários artigos, explorando diversos conceitos, conhecendo o pensamento de diferentes autores sobre o tema citado e descrito no trabalho, também foram consultadas as Normas da ABNT, NBR 6023 e NBR 14724, que tratam de elaboração de referências e apresentação de trabalhos acadêmicos, para que o trabalho pudesse ser formatado dentro dos padrões exigidos.


3 CICATRIZAÇÃO


A cicatrização ocorre para restaurar a integridade anatômica e funcional do tecido. Muitos eventos bioquímicos e celulares, dos quais depende a qualidade da cicatriz formada, estão envolvidos neste processo, que resulta da resposta tecidual à lesão (CLARK, 1993).
Para Polacow (2005), o processo da cicatrização de uma ferida é complexo e apresenta-se em três fases, num processo contínuo e progressivo. Iniciando com a fase inflamatória, passando pela fase proliferativa e finalizando o processo cicatricial com a fase de remodelação.
Já para Balbino (2005, p.27) “o processo de regeneração de tecido ou de cicatrização também se dá em três fases: inflamação, formação de tecido de granulação, deposição de matriz extracelular e remodelação”.
De acordo com Janis e Attinger (2006), a fase inflamatória se inicia com a formação do coágulo, constituído de colágeno, plaquetas, trombina e fibronectina. Logo em seguida é liberado pela membrana da célula, tromboxano-A2 e prostaglandina 2-α que são potentes vasoconstritores, que no instante evita uma hemorragia local.
Ainda na primeira fase, Ribeiro e Santos (1997), completam que além de ocorrer uma vasoconstrição rápida, segue a liberação de substâncias vasoativas (histaminas, serotoninas, cininas) que promovem um aumento da permeabilidade vascular. Neste fluido o principal componente é o plasma que coagula e protege o local da ferida, dando início ao processo de reparação com migração celular. Após a liberação destas substâncias que atacam em diversas fases da proliferação celular, denominados fatores de crescimento que ocorrem em torno do sexto dia, dá-se então a fase de latência (WENCZAK; LYNCH; NANNEY, 1992).
Para Carneiro e Ramos-e-Silva (2004), a inflamação traz nutrientes para a região, elimina microorganismos estimulando assim a reparação da ferida, para a próxima fase que é a fibroplasia ou tecido de granulação.
Guirro e Guirro (2004), também destacam que a segunda fase da cicatrização pode ser chamada de Fibroplasia ou Biossíntese do Colágeno, onde se desenvolve o tecido de granulação, sendo constituídos de macrófagos, fibroblastos, novos vasos banhados em uma nova matriz extracelular de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico.
Observou-se que os autores Carneiro e Ramos-e-Silva (2004) e Guirro e Guirro (2004), ao referirem-se a segunda fase da cicatrização, usaram terminologias diferentes, porém com significados similares.
A cicatrização é um produto de uma série de eventos envolvendo a fase inflamatória, proliferativa e de remodelamento. A fase proliferativa da ferida consiste no crescimento fibroblástico, síntese de colágeno e a resposta a fatores quimiotáticos liberados durante a resposta da fase inflamatória (DOAN, N. et al., 1999).
“A fase de remodelamento é um estágio que pode durar meses ou até anos, desde que o novo tecido esteja com estrutura mais próxima do tecido original” (LEHMANN e de LATEUR, 1982, apud LOW E REED, 2001, p.203).
Guirro e Guirro (1996), da mesma forma, explica que a remodelação é um processo que pode levar meses e que o arranjo e o tipo de colágeno são mudados. O colágeno do tipo III é substituído pelo colágeno do tipo I, em resposta ao estresse mecânico a que o tecido está submetido.
Desta forma, analisando o processo cicatricial, fica evidenciado que as três fases funcionam interligadas, uma dependendo da outra. Com isso, o tempo em que cada fase da cicatrização realiza o seu processo, influencia diretamente na qualidade final do tecido cicatricial, podendo este apresentar problemas, tanto estéticos como funcionais, caso haja alterações e demora em alguma dessas fases.
Em decorrência disso, estudos são feitos em busca de soluções através de recursos passíveis como o ultrassom terapêutico, a fim de acelerar ou de melhorar as etapas da cicatrização para um resultado estético mais satisfatório.

3.1 Ultrassom no Processo da Cicatrização


O reparo tecidual poderá ser estimulado por agentes físicos entre eles o ultrassom, cujos benefícios são muitos, mas que se destaca o aumento da angiogênese, do tecido de granulação, do número de fibroblastos e da síntese de colágeno, bem como a diminuição de leucócitos e macrófagos, dentre outros (YOUNG e DYSON, 1990).
Em úlceras crônicas tem-se demonstrado o aumento da velocidade de cicatrização, bem como à qualidade do tecido cicatricial, diminuição do numero de células inflamatórias e melhora da qualidade do tecido neoformado (JOHANSEN; GAM; KARLSMARK, 1998).
Ferreira e Mendonça (2007, p. 1), ao realizarem uma revisão bibliográfica, concluíram que “a irradiação ultrassônica estimula a cicatrização cutânea, podendo acelerar a reparação tecidual nas suas diferentes fases, sendo possível melhorarem tanto a velocidade da cicatrização, quanto a qualidade do tecido cicatricial”.
Na fase inflamatória do reparo tecidual, o ultrassom pode alterar a permeabilidade da membrana a diversos íons, tendo a capacidade de transportar cálcio através desta, este funciona como segundo mensageiro, promovendo a liberação de histamina dos mastócitos e fatores liberados dos macrófagos, o que para Young e Dyson (1990) é muito importante.
Guirro e Guirro; Ferreira (1995), após resultados de análises histopatológicos de um estudo dos efeitos do Ultrassom no processo cicatricial experimental em ratos, observaram diminuição do exsudato inflamatório, ou seja; secreção inflamatória, de polimorfonucleares passando a mononucleares e proliferação de fibroblastos jovens, acelerando a fase inicial do processo cicatricial, evidenciando a diminuição do tempo de cicatrização. Desse modo, o ultrassom tem o potencial de acelerar a resolução normal da inflamação, desde que o estímulo inflamatório seja removido (DYSON, 1987).
Estudos bibliográficos de Ferreira e Mendonça (2007) mostram que, o ultrassom em baixas intensidades (0,5 W/cm²), minimiza riscos de lesões teciduais, mas que podem não ocorrer em altas intensidades (acima de 1,0 W/cm²). E que o uso do ultrassom pulsátil com intensidade de 0,5 W/cm² e até intensidades inferiores, acelera a cicatrização de tecidos como a pele, com maior ênfase nas primeiras fases do processo cicatricial (DYSON, et al,1968).
O efeito do ultrassom no estágio proliferativo ou de granulação, [...] “pode promover a síntese de colágeno” (HARVEY et al, 1975, p.203) além disso, apresenta maior força tênsil após o tratamento com ultrassom. Ainda na fase de granulação, Amâncio (2003, p. 370) acrescenta que “o ultrassom aumenta a proliferação celular da camada germinativa da epiderme”.
Na fase de remodelamento, Lehmann e de Lateur, 1982, apud.,Low e Reed (2001, p. 203),

Consideram que o ultrassom melhora a extensibilidade do colágeno maduro [...], a partir da promoção da reorientação das fibras (remodelamento), obtendo assim uma maior elasticidade, mas sem perder a força. Essas alterações benéficas parecem ocorrer de forma mais evidente quando o tratamento é iniciado no estágio inflamatório.

Dentre os efeitos do ultrassom, pode-se destacar a neovascularização com consequente aumento da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas, e melhora das propriedades mecânicas do tecido (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
Para Dyson (1987), o tratamento com o ultrassom pode induzir alterações fisiológicas como o aumento da taxa de reparo tecidual depois de uma lesão e reduzir a dor.
Importante citar que esses achados são similares aos de Maxwell (1992), que concluiu que o ultrassom causa aumento do fluxo sanguíneo para a ferida, a liberação de mediadores da inflamação, a migração de leucócitos, a angiogênese, a síntese de colágeno e a formação do tecido cicatricial. Em uma revisão de artigos, Johannsen; Gam e Karlsmark (1998) encontraram melhores resultados quando aplicado o ultrassom terapêutico em baixa intensidade, sobre as bordas das feridas.
Barbieri (2006, p.152), após estudos, concluiu que “o ultrassom pulsado de baixa intensidade não apresenta efeitos deletérios e estimula moderadamente a cicatrização por segunda intenção em condições experimentais, com potencial para aplicação clínica em humanos”.
Cicatrização por segunda intenção é quando a ferida é muito grande, as bordas da ferida não são aproximadas, então haverá mais organização, mais deposição de colágeno, mais formação de cicatriz. Já a de primeira intenção, o corte é pequeno e não há perda de tecido, menos formação de tecido conjuntivo, onde as bordas das feridas podem ser aproximadas, por exemplo, por suturas.
A partir de estudos experimentais sobre os efeitos da estimulação ultra-sônica pulsada de baixa intensidade no processo cicatricial em animais, Guirro e Guirro (1995), revelam que a utilização do ultrassom de baixa intensidade, tem se mostrado eficiente na abreviação da fase inflamatória do processo cicatricial, levando assim, a um aumento na força tênsil do tecido, bem como acelera a reparação de queimaduras cutâneas experimentais e a cicatrização de ulceras varicosas crônicas (HILÁRIO, 1993).
Dyson; Franks e Suckling (1976) confirmam esta informação quando dizem que, utilizando o ultrassom no modo pulsado, a 3 MHZ de freqüência, com intensidade de até 1,0 W/cm², por cinco a dez minutos, três vezes por semana, cicatriza ulceras varicosas crônicas e diminui a área lesada e a dor.
São evidenciados ainda os efeitos biológicos do ultrassom pulsado em relação à cavitação e à micromassagem, dentre elas, granulação de células de sustentação, alterações na função da membrana celular, aumento nos níveis intracelulares de cálcio, estimulação da atividade fibroblástica onde resulta em aumento da síntese protéica, da neoangiogênese e da tensão elástica do colágeno (YOUNG e DYSON, 1990; JOHANSEN; GAM; KARLSMARK, 1998).
Resultados de pesquisas, análises histológicas e estudos, estão de acordo com literaturas, nas quais evidenciam que de fato o ultrassom terapêutico estimula a cicatrização cutânea (DUARTE; XAVIER, 1983). Porém, por variações nos parâmetros como tempo, freqüência e dose de aplicação, contribuem para que ainda haja discordância entre alguns autores (BARBIERI, 2006).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


O resultado dessa pesquisa bibliográfica revela e permite considerar que, em geral, o ultrassom pulsado de 3 MHZ de frequencia e de baixa intensidade no parâmetro de até 1,0 W/cm², estimula as cicatrizações cutâneas, acelerando a reparação tecidual, melhorando tanto a sua velocidade quanto a sua qualidade, que foi a mesma conclusão de Dyson (1987) em seus estudos.
Além disso, vários experimentos demonstram que o ultrassom no modo pulsado, com efeito, não térmico, são mais eficazes e indicados para a promoção dos efeitos terapêuticos do que no modo térmico, onde doses elevadas do ultrassom podem ser lesivas aos tecidos.
Em relação às propriedades terapêuticas do ultrassom no modo pulsado, análises mostram um aumento da neovascularização da área estimulada, aumento nos níveis intracelulares de cálcio devido a alterações na função da membrana celular, estimulação da atividade fibroblástica, com consequente aumento da síntese protéica e da tensão elástica do colágeno, bem como uma acentuada diminuição do exsudato inflamatório, de polimorfonucleares, caracterizando uma aceleração da fase inicial do processo cicatricial, abreviando a fase inflamatória, levando em consequência, a um aumento na resistência tênsil do tecido (KITCHEN e PARTRIDGE, 1990; DYSON, 1987; YOUNG e DYSON, 1990).
Realmente há muitos relatos sobre os efeitos do ultrassom no processo de cicatrização, que pode ser de primeira como de segunda intenção, demonstrando seus benefícios em baixas dosagens e seus prejuízos em doses elevadas.
Estudos das respostas biológicas ao estímulo ultrassônico em tecidos cutâneos é essencial, não só para o estabelecimento de orientações, mas como também para a utilização segura do diagnóstico, para melhorar, desenvolver e aplicar estratégias terapêuticas efetivas (DYSON, 1987).
Lesões cutâneas crônicas como ulcera de várias causas, tanto num procedimento cirúrgico estético, como não, são de difícil cicatrização. Motivo este para que pessoas procurem meios e recursos que possam beneficiar o processo cicatricial, tanto em sua qualidade como em sua velocidade para que não haja descontentamento em sua finalização. O ultrassom é um desses recursos, onde seus efeitos benéficos se fazem sentir desde a fase inflamatória até a fase de remodelagem da cicatriz cutânea.
Todas essas informações e afirmações a partir de pesquisas e análises dos efeitos do ultrassom em animais (ratos, coelhos e porcos), tanto in vitro como in vivo, podem ser aplicadas em humanos, pois a pele desses animais possui uma estrutura muito parecida com a humana, levando aos cientistas a analisar os efeitos do ultrassom nesses animais. As aplicações devem obedecer as indicações de baixas intensidades de até 1,0 W/cm², numa frequência de 3 MHZ às quais foram constatadas em análises, uma maior eficiência sobre os tecidos cutâneos lesionados, com toda a segurança.
Ao final deste artigo, foi observado que o uso do ultrassom terapêutico nas diversas formas de cicatrização é muito importante no reparo tecidual e no processo pós operatório, abreviando a fase inflamatória, consequentemente acelerando a cicatrização, evitando assim cicatrizes inestéticas.


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